Princípios da Mobilidade a Pé

Assim que se formou, a Cidadeapé, elaborou suas metas de trabalho por meio de enquete e discussão com seus associados. Definimos assim os 6 Princípios da Mobilidade a Pé, que devem guiar nossas atividades e foco de ação política.

  1. Segurança absoluta para quem anda a pé
  2. Calçadas caminháveis para todos
  3. Valorização da mobilidade a pé como meio de deslocamento na cidade
  4. Sinalização específica para a mobilidade a pé
  5. Travessias e espaços de compartilhamento da via com prioridade total às pessoas se deslocando a pé
  6. Estabelecer e consolidar a rede de mobilidade a pé

Abaixo, as metas dentro de cada objetivo em ordem de prioridade.

1 – SEGURANÇA ABSOLUTA PARA QUEM ANDA A PÉ

  1. Prioridade absoluta às pessoas em todos os cruzamentos 
  2. Iluminação das vias para a mobilidade a pé 
  3. Limitação da velocidade dos veículos motorizados visando a segurança de todos, em particular de quem anda a pé
  4. Mais vias exclusivas para a circulação a pé
  5. Implementação de inovações de compartilhamento de vias, priorizando a mobilidade a pé

2 – CALÇADAS CAMINHÁVEIS PARA TODOS

  1. Manutenção permanente de calçadas (sem buracos, degraus ou obstáculos), garantindo a caminhabilidade permanente 
  2. Toda via da cidade com calçadas, em ambos os lados 
  3. Mobiliário de apoio à mobilidade a pé, como bancos para sentar, lixeiras, etc.
  4. Toda calçada com passeio livre de largura mínima de 1,5m.
  5. Adaptação de toda a rede de infraestrutura da mobilidade a pé de forma inclusiva
  6. Toda calcada deve seguir a inclinação da rua, sem degraus ou interrupção entre os lotes.
  7. Rampas nas esquinas e travessias.

3 – VALORIZAÇÃO DA MOBILIDADE A PÉ COMO MEIO DE DESLOCAMENTO NA CIDADE

  1. Respeito e prioridade — por parte de todos os usuários de vias, independente do modal e da situação — às pessoas se deslocando a pé na cidade 
  2. Distribuição mais democrática do viário público 
  3. Mobilidade a pé como prioridade em qualquer projeto de mobilidade urbana na cidade
  4. Implementação das leis que já priorizam e legislam sobre a mobilidade a pé na cidade.
  5. Programas de investimento na rede da mobilidade a pé, com igual ou maior aporte de investimento que aos outros modais
  6. Criação de uma coordenadoria específica que defenda os interesses da mobilidade a pé dentro da estrutura formal do poder público municipal

4- SINALIZAÇÃO ESPECÍFICA PARA QUEM ANDA PELA CIDADE

  1. Sinalização educativa que reforce para os outros modais a prioridade da mobilidade a pé  
  2. Sinalização em pontos de ônibus e outros equipamentos de transporte público, incluindo linhas que passam no local, mapa dos arredores, outros pontos de ônibus e infraestrutura de transporte, proximidade de equipamentos públicos 
  3. Sinalização inclusiva, acessível para as pessoas com qualquer deficiência física
  4. Implementação de sistema de sinalização em rede, com conexão entre transporte público e equipamentos públicos, com modelo e informação adequada para os caminhantes (mapas, trajetos, distâncias, pontos de referência)
  5. Implementação de sinalização indicativa nas ruas para quem se desloca a pé, contemplado todo os tipos de pessoas

5 – TRAVESSIAS E ESPAÇOS DE COMPARTILHAMENTO DA VIA COM PRIORIDADE TOTAL ÀS PESSOAS SE DESLOCANDO A PÉ

  1. Levantamento participativo constante de pontos onde faltam faixas de travessia, ou onde as já existentes precisem de melhorias 
  2. Tempo semafórico sempre definido considerando o tempo de quem anda a pé, visando sua segurança e conforto
  3. Travessias concebidas segundo a lógica de quem anda a pé, buscando eficiência e o menor trajeto 
  4. Travessias com instrumentos de sinalização adequados a todas as pessoas da mobilidade a pé
  5. Travessia curta, direta, linear, sem obstáculos e em nível, implantadas com localização e largura de acordo com a demanda local
  6. Inovações constantes em modelos de travessias que favoreçam as pessoas se deslocando a pé (lombofaixas, travessias em x, extensão de calçadas, etc.)
  7. Preferência por travessias em nível sobre as travessias elevadas (passarelas)

6– ESTABELECER E CONSOLIDAR A REDE DE MOBILIDADE A PÉ

  1. Conectividade entre os serviços, equipamentos e infraestruturas de transporte público coletivo e outros modais 
  2. Acesso total e direto a locais como escolas, universidades, equipamentos de saúde, parques, e outros equipamentos e serviços culturais ou públicos
  3. Infraestrutura de ruas completa e adequada (aos trajetos com maior densidade de viagens a pé e conexões com transporte coletivo) de acordo com a hierarquização de ruas própria da mobilidade a pé
  4. Sistema de circulação a pé, com linearidade, conforto e lógica nos trajetos
  5. Sinalização em rede para a mobilidade a pé (trajetos indicativos, mapas dos arredores, pontos de referência, etc.)

Veja aqui os resultados completos das discussões que levaram à definição dessas metas, incluindo propostas e comentários adicionais de todos que participaram.

Imagem da página: Travessia Abilio Soares. Foto: Marcelo Cury