Na semana passada fizemos uma pesquisa que buscava – entre tantas questões importantes relativas à mobilidade a pé – direcionar nosso foco para as mais prementes para serem trabalhadas de início.
Aproveitamos para agradecer todos os que responderam à pesquisa!
O resultado dessa enquete permitirá direcionar o trabalho, e nos ajudará a criar frentes de ação com diretrizes e estratégias precisas.
Num primeiro momento definimos 6 grandes objetivos para a Mobilidade a Pé em São Paulo – um tanto inspirados pelos Objetivos do Milênio.
A proposta é trabalhar, num primeiro momento, com as metas que foram consideradas mais importantes. Isso não exclui em absoluto as outras propostas, apenas dá um foco à ação.
Os 6 Objetivos da Mobilidade a Pé foram classificados na seguinte ordem de importância pelos respondentes da pesquisa:
- Segurança absoluta para quem anda a pé
- Calçadas caminháveis para todos
- Valorização da mobilidade a pé como meio de deslocamento na cidade
- Sinalização específica para a mobilidade a pé
- Travessias e espaços de compartilhamento da via com prioridade total às pessoas se deslocando a pé
- Estabelecer e consolidar a rede de mobilidade a pé
Abaixo, as metas dentro de cada objetivo em ordem de prioridade.
Objetivo 1 – Segurança absoluta para quem anda a pé
- Prioridade absoluta às pessoas em todos os cruzamentos – 50% dos votos
- Iluminação das vias para a mobilidade a pé – 46% dos votos
- Limitação da velocidade dos veículos motorizados visando a segurança de todos, em particular de quem anda a pé
- Mais vias exclusivas para a circulação a pé
- Implementação de inovações de compartilhamento de vias, priorizando a mobilidade a pé
Objetivo 2 – Calçadas caminháveis para todos
- Manutenção permanente de calçadas (sem buracos, degraus ou obstáculos), garantindo a caminhabilidade permanente – 60% dos votos
- Toda via da cidade com calçadas, em ambos os lados – 52% dos votos
- Mobiliário de apoio à mobilidade a pé, como bancos para sentar, lixeiras, etc.
- Toda calçada com passeio livre de largura mínima de 1,5m.
- Adaptação de toda a rede de infraestrutura da mobilidade a pé de forma inclusiva
- Toda calcada deve seguir a inclinação da rua, sem degraus ou interrupção entre os lotes.
- Rampas nas esquinas e travessias.
Objetivo 3 – Valorização da mobilidade a pé como meio de deslocamento na cidade
- Respeito e prioridade — por parte de todos os usuários de vias, independente do modal e da situação — às pessoas se deslocando a pé na cidade – 51% dos votos
- Distribuição mais democrática do viário público – 44% dos votos
- Mobilidade a pé como prioridade em qualquer projeto de mobilidade urbana na cidade
- Implementação das leis que já priorizam e legislam sobre a mobilidade a pé na cidade.
- Programas de investimento na rede da mobilidade a pé, com igual ou maior aporte de investimento que aos outros modais
- Criação de uma coordenadoria específica que defenda os interesses da mobilidade a pé dentro da estrutura formal do poder público municipal
Objetivo 4- Sinalização específica para quem anda pela cidade
- Sinalização educativa que reforce para os outros modais a prioridade da mobilidade a pé – 45% dos votos
- Sinalização em pontos de ônibus e outros equipamentos de transporte público, incluindo linhas que passam no local, mapa dos arredores, outros pontos de ônibus e infraestrutura de transporte, proximidade de equipamentos públicos – 40% dos votos
- Sinalização inclusiva, acessível para as pessoas com qualquer deficiência física
- Implementação de sistema de sinalização em rede, com conexão entre transporte público e equipamentos públicos, com modelo e informação adequada para os caminhantes (mapas, trajetos, distâncias, pontos de referência)
- Implementação de sinalização indicativa nas ruas para quem se desloca a pé, contemplado todo os tipos de pessoas
Objetivo 5 – Travessias e espaços de compartilhamento da via com prioridade total às pessoas se deslocando a pé
- Levantamento participativo constante de pontos onde faltam faixas de travessia, ou onde as já existentes precisem de melhorias – 47% dos votos
- Tempo semafórico sempre definido considerando o tempo de quem anda a pé, visando sua segurança e conforto – 46% dos votos
- Travessias concebidas segundo a lógica de quem anda a pé, buscando eficiência e o menor trajeto – 46% dos votos
- Travessias com instrumentos de sinalização adequados a todas as pessoas da mobilidade a pé
- Travessia curta, direta, linear, sem obstáculos e em nível, implantadas com localização e largura de acordo com a demanda local
- Inovações constantes em modelos de travessias que favoreçam as pessoas se deslocando a pé (lombofaixas, travessias em x, extensão de calçadas, etc.)
- Preferência por travessias em nível sobre as travessias elevadas (passarelas)
Objetivo 6– Estabelecer e consolidar a rede de mobilidade a pé
- Conectividade entre os serviços, equipamentos e infraestruturas de transporte público coletivo e outros modais – 57% dos votos
- Acesso total e direto a locais como escolas, universidades, equipamentos de saúde, parques, e outros equipamentos e serviços culturais ou públicos – 48% dos votos
- Infraestrutura de ruas completa e adequada (aos trajetos com maior densidade de viagens a pé e conexões com transporte coletivo) de acordo com a hierarquização de ruas própria da mobilidade a pé
- Sistema de circulação a pé, com linearidade, conforto e lógica nos trajetos
- Sinalização em rede para a mobilidade a pé (trajetos indicativos, mapas dos arredores, pontos de referência, etc.)
Veja aqui os resultados completos da pesquisa, incluindo propostas e comentários adicionais das pessoas que responderam.
Nos próximos dias discutiremos em mais detalhe cada um desses objetivos e possíveis ações que podem ser realizadas para atingi-los.
Imagem do post: Crianças na rua. Foto: Irene Quintàns.
Como ficou o apelido da associação?? Parabéeens a todos pelos ótimos resultados da pesquisa!!!
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