Viver em São Paulo: Pedestre

Agosto é marcado pelo Dia Mundial do Pedestre (8). Em contribuição com a reflexão sobre o tema, a Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência realizou a pesquisa inédita “Viver em São Paulo: Pedestre”. O levantamento aborda hábitos, percepções e desafios das paulistanas e paulistanos ao andar a pé na cidade.

Lugares que a população paulistana costuma ir exclusivamente a pé, quais os maiores incômodos ao caminhar pela cidade e quais ações a administração municipal deveria adotar em relação ao bem-estar de pedestres são algumas das questões abordadas na pesquisa.

Os resultados serão apresentados durante o evento que será realizado no dia 6 de agosto, às 10h, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. O encontro contará com debate e intervenção cultural.

Inscreva-se: http://bit.ly/2SHzYml

O evento “Viver em São Paulo: Pedestre” faz parte da programação da Semana do Caminhar, que acontece entre os dias 4 e 10 de agosto.

 

Presenças confirmadas:

Leticia Sabino – caminhante, mestre em Planejamento de Cidades e Design Urbano pela UCL em Londres. Administradora de empresas pela FGV – EAESP, com pós-graduação em Economia Criativa e Cidades Criativas. Fundadora e Diretora do SampaPé!, organização que atua desde 2012 para promover cidades caminháveis e melhorar a experiência de caminhar nas cidade. Co-fundadora da Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo e da Rede Latino americana por Cidades Caminháveis. Idealizou e mobilizou a Paulista Aberta e tem também o projeto artístico sobre caminhar no Instagram @porondeandeisp.

Meli Malatesta – arquiteta e urbanista, mestra e doutora em Mobilidade Urbana Ativa – Mobilidade a Pé e Cicloviária pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo; consultora em políticas públicas, planos e projetos para a Mobilidade Urbana Ativa; autora dos livros: “Pé de Igualdade” e “A Rede da Mobilidade a Pé”; conselheira da Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo.

Sobre a Semana do Caminhar

Articulado pela ONG SampaPé!, a Semana do Caminhar é um evento nacional que reúne diversas organizações para celebrar o caminhar, a forma de deslocamento mais utilizada nas cidades brasileiras. É uma oportunidade de chamar a atenção da sociedade para a forma mais sustentável, saudável e social de se deslocar, que precisa ser valorizada.

“Aprender Caminhando” é o tema da Semana do Caminhar 2019, que acontece entre os dias 4 e 10 de agosto.

Acesse o site da Semana do Caminhar para saber mais: https://semanadocaminhar.org/

Sobre a pesquisa

Co-construída com organizações de mobilidade a pé, a pesquisa inédita “Viver em São Paulo: Pedestre” faz parte da série “Viver em São Paulo”, iniciada em 2018, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência. Os levantamentos são apresentados mensalmente com recorte temáticos.

Participaram da elaboração SampaPé!, Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo, Cidade Ativa, Corrida Amiga e Pé de Igualdade.

Convivência no Trânsito: ônibus + pedestres + ciclistas

Qual a sua relação com os ônibus na cidade de São Paulo? Já enfrentou problemas ao pedalar ou caminhar perto de corredores e faixas exclusivas de ônibus?

Responda à pesquisa organizada pela Ciclocidade com o apoio da Cidadeapé e nos ajude a entender quais são os principais conflitos entre transporte por ônibus e modos ativos na cidade: http://bit.ly/PesquisaOnibus

Você pode responder a pesquisa do ponto de vista de ciclista ou de pedestre. São menos de 5 minutos se você responder só uma seção e 7 minutos se você responder as duas! As respostas da pesquisa nortearão sugestões para o treinamento de motoristas de ônibus. Participe:http://bit.ly/PesquisaOnibus

Nota: Parte do projeto “Iniciativa Global pela Segurança Viária”,  do Road Safety Grants Programme, dentro da Bloomberg Initiative for Global Road Safety. A Cidadeapé é parceira da Ciclocidade para desenvolver campanhas e atividades voltadas para a redução de velocidade no trânsito, acalmamento de tráfego e segurança de pedestres em São Paulo.

O futuro da Cidadeapé – como devemos continuar caminhando?

Precisamos pensar e tomar decisões quanto ao  futuro da Cidadeapé.

Pretendemos definir a estrutura da associação, escrever seu estatuto e avançar em sua formalização. 

Para tanto, precisamos da sua valorosa contribuição!

Por favor, responda ao questionário abaixo, se possível até sexta. Basicamente, queremos as opiniões dos associados e associadas sobre como a Cidadeapé deveria ser estruturada e quais formas de atuação são mais importantes.

Questionário: Como devemos caminhar?

Eleições 2016: compromissos com a mobilidade ativa

As eleições municipais estão chegando e queremos saber a sua opinião: quais compromissos queremos que as candidatas e candidatos à Prefeitura de São Paulo assumam com a Mobilidade Ativa?

Para isso, o GT Eleições 2016 da Ciclocidade e Cidadeapé elaborou um formulário online para que você possa preencher e elencar quais compromissos considera prioritários. O preenchimento leva entre 10 e 15 minutos, e é muito importante que você dê sua opinião!

Os resultados serão usados para elaborar as ações de compromisso d@s prefeitáveis com a mobilidade ativa. O formulário pode ser preenchido até dia 30 de junho.

Responda e divulgue para suas redes: quanto mais pessoas participando, mais poderemos cobrar!

Formulário: https://goo.gl/v9iR9I

Discussão: gteleicoes@googlegroups.com
Contato: eleicoes2016mobativa@gmail.com

GT eleicoes

“Abre-te Paulista: uma avenida aberta para pessoas”

Publicado originalmente em: Cidade Ativa
Data: 21/08/2015

As calorosas discussões sobre a implantação da ciclovia da Avenida Paulista, em São Paulo, foram só o começo para um debate que vai além da dicotomia “carros versus bicicletas”: o que está em pauta agora é o modelo de cidade que queremos construir. Na visão de muitos, a única saída é adotar, daqui em diante, a escala humana como “unidade de medida” para projetos urbanos.

Desde o final de 2014 um grupo de coletivos em São Paulo, encabeçado pela organizações Minha Sampa e SampaPé, está liderando a ação Paulista Aberta, cujo objetivo é “abrir” a Avenida Paulista para pedestres e ciclistas durante os domingos, restringindo o acesso de veículos.  A mudança de paradigma começa no vocabulário: a proposta é “abrir a avenida para pessoas”, e não “fechá-la para carros”, evitando a tentação de assumir que o espaço pertence, a princípio, aos automóveis.

O grupo teve a oportunidade de testar a estratégia durante o domingo ensolarado do dia 28 de junho. Em meio a centenas de ciclistas que estrearam a ciclovia em uma das mais emblemáticas avenidas do Brasil, os ativistas reinvidicavam por uma Paulista Aberta. Entre as diversas atividades coordenadas pelas organizações que apoiam a iniciativa, aconteceu a pesquisa conduzida pela equipe Cidade Ativa.

Utilizando painéis interativos, uma metodologia em desenvolvimento pelo grupo, usuários da avenida puderam opinar sobre a ciclovia da Avenida Paulista e a possível abertura da vida às pessoas. 99% dos visitantes neste dia disseram apoiar as duas iniciativas.

Dada a alta adesão à pesquisa no dia do evento e visando garantir uma maior (e mais variada) amostra, voluntários da ONG retornaram à Avenida Paulista nos dias 05 de julho, 15 de julho e 18 julho, buscando atrair outros perfis de pessoas com opiniões diversas. Ao contrário do que muitos imaginavam, a ciclovia teve ainda uma aprovação de 90% do total dos entrevistados e 88% disseram aprovar a abertura da Paulista aos domingos para pessoas. Chama a atenção que, mesmo quando 40% dos entrevistados aponta que não vai utilizar a ciclovia, 86% a aprova.

Além da abertura da Avenida Paulista, os entrevistados apoiam a abertura de outras vias aos domingos, com destaque para o Minhocão e o Centro Histórico. Com grande vocação para o lazer, esses locais caminham para a abertura às pessoas: o Minhocão já está aberto aos sábados à tarde, o Centro recebeu as iniciativas do projeto Centro Aberto, além de faixas de pedestre em diagonal. Essas medidas incentivam um caráter mais humano para esses locais, o que parece influenciar o desejo por mais espaço para pessoas.

Para saber mais sobre a pesquisa realizada pela Cidade Ativa, veja o relatório completo.

Relatório Paulista Aberta - Cidade Ativa 2015

Relatório Paulista Aberta – Cidade Ativa 2015

Imagem do post: Utilizando painéis interativos, uma metodologia em desenvolvimento pelo grupo, usuários da avenida puderam opinar sobre a ciclovia da Avenida Paulista e a possível abertura da vida às pessoas. 99% dos visitantes neste dia disseram apoiar as duas iniciativas. Foto. Cidade Ativa

Metas mais claras para a Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo

Na semana passada fizemos uma pesquisa que buscava – entre tantas questões importantes relativas à mobilidade a pé – direcionar nosso foco para as mais prementes para serem trabalhadas de início.

Aproveitamos para agradecer todos os que responderam à pesquisa!

O resultado dessa enquete permitirá direcionar o trabalho, e nos ajudará a criar frentes de ação com diretrizes e estratégias precisas.

Num primeiro momento definimos 6 grandes objetivos para a Mobilidade a Pé em São Paulo – um tanto inspirados pelos Objetivos do Milênio.

A proposta é trabalhar, num primeiro momento, com as metas que foram consideradas mais importantes. Isso não exclui em absoluto as outras propostas, apenas dá um foco à ação.

Os 6 Objetivos da Mobilidade a Pé foram classificados na seguinte ordem de importância pelos respondentes da pesquisa:

  1. Segurança absoluta para quem anda a pé
  2. Calçadas caminháveis para todos
  3. Valorização da mobilidade a pé como meio de deslocamento na cidade
  4. Sinalização específica para a mobilidade a pé
  5. Travessias e espaços de compartilhamento da via com prioridade total às pessoas se deslocando a pé
  6. Estabelecer e consolidar a rede de mobilidade a pé

Abaixo, as metas dentro de cada objetivo em ordem de prioridade.

Objetivo 1 – Segurança absoluta para quem anda a pé

  1. Prioridade absoluta às pessoas em todos os cruzamentos – 50% dos votos
  2. Iluminação das vias para a mobilidade a pé  – 46% dos votos
  3. Limitação da velocidade dos veículos motorizados visando a segurança de todos, em particular de quem anda a pé
  4. Mais vias exclusivas para a circulação a pé
  5. Implementação de inovações de compartilhamento de vias, priorizando a mobilidade a pé

Objetivo 2 – Calçadas caminháveis para todos

  1. Manutenção permanente de calçadas (sem buracos, degraus ou obstáculos), garantindo a caminhabilidade permanente – 60% dos votos
  2. Toda via da cidade com calçadas, em ambos os lados – 52% dos votos
  3. Mobiliário de apoio à mobilidade a pé, como bancos para sentar, lixeiras, etc.
  4. Toda calçada com passeio livre de largura mínima de 1,5m.
  5. Adaptação de toda a rede de infraestrutura da mobilidade a pé de forma inclusiva
  6. Toda calcada deve seguir a inclinação da rua, sem degraus ou interrupção entre os lotes.
  7. Rampas nas esquinas e travessias.

Objetivo 3 – Valorização da mobilidade a pé como meio de deslocamento na cidade

  1. Respeito e prioridade — por parte de todos os usuários de vias, independente do modal e da situação — às pessoas se deslocando a pé na cidade – 51% dos votos
  2. Distribuição mais democrática do viário público – 44% dos votos
  3. Mobilidade a pé como prioridade em qualquer projeto de mobilidade urbana na cidade
  4. Implementação das leis que já priorizam e legislam sobre a mobilidade a pé na cidade.
  5. Programas de investimento na rede da mobilidade a pé, com igual ou maior aporte de investimento que aos outros modais
  6. Criação de uma coordenadoria específica que defenda os interesses da mobilidade a pé dentro da estrutura formal do poder público municipal

Objetivo 4- Sinalização específica para quem anda pela cidade

  1. Sinalização educativa que reforce para os outros modais a prioridade da mobilidade a pé  – 45% dos votos
  2. Sinalização em pontos de ônibus e outros equipamentos de transporte público, incluindo linhas que passam no local, mapa dos arredores, outros pontos de ônibus e infraestrutura de transporte, proximidade de equipamentos públicos – 40% dos votos
  3. Sinalização inclusiva, acessível para as pessoas com qualquer deficiência física
  4. Implementação de sistema de sinalização em rede, com conexão entre transporte público e equipamentos públicos, com modelo e informação adequada para os caminhantes (mapas, trajetos, distâncias, pontos de referência)
  5. Implementação de sinalização indicativa nas ruas para quem se desloca a pé, contemplado todo os tipos de pessoas

Objetivo 5 – Travessias e espaços de compartilhamento da via com prioridade total às pessoas se deslocando a pé

  1. Levantamento participativo constante de pontos onde faltam faixas de travessia, ou onde as já existentes precisem de melhorias – 47% dos votos
  2. Tempo semafórico sempre definido considerando o tempo de quem anda a pé, visando sua segurança e conforto – 46% dos votos
  3. Travessias concebidas segundo a lógica de quem anda a pé, buscando eficiência e o menor trajeto – 46% dos votos
  4. Travessias com instrumentos de sinalização adequados a todas as pessoas da mobilidade a pé
  5. Travessia curta, direta, linear, sem obstáculos e em nível, implantadas com localização e largura de acordo com a demanda local
  6. Inovações constantes em modelos de travessias que favoreçam as pessoas se deslocando a pé (lombofaixas, travessias em x, extensão de calçadas, etc.)
  7. Preferência por travessias em nível sobre as travessias elevadas (passarelas)

Objetivo 6– Estabelecer e consolidar a rede de mobilidade a pé

  1. Conectividade entre os serviços, equipamentos e infraestruturas de transporte público coletivo e outros modais – 57% dos votos
  2. Acesso total e direto a locais como escolas, universidades, equipamentos de saúde, parques, e outros equipamentos e serviços culturais ou públicos – 48% dos votos
  3. Infraestrutura de ruas completa e adequada (aos trajetos com maior densidade de viagens a pé e conexões com transporte coletivo) de acordo com a hierarquização de ruas própria da mobilidade a pé
  4. Sistema de circulação a pé, com linearidade, conforto e lógica nos trajetos
  5. Sinalização em rede para a mobilidade a pé (trajetos indicativos, mapas dos arredores, pontos de referência, etc.)

Veja aqui os resultados completos da pesquisa, incluindo propostas e comentários adicionais das pessoas que responderam.

Nos próximos dias discutiremos em mais detalhe cada um desses objetivos e possíveis ações que podem ser realizadas para atingi-los.

Imagem do post: Crianças na rua. Foto: Irene Quintàns.