Cinco candidaturas da Cidadeapé são eleitas para o CMTT

Todos os associados e associadas da Cidadeapé que concorreram a vagas da sociedade civil Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT) foram eleitos. Nos dias 1º e 2 de dezembro ocorreram as eleições desse espaço tão importante para a discussão sobre políticas públicas de mobilidade urbana da cidade de São Paulo. Gilberto de Carvalho, Mauro Calliari, Mateus Humberto, Meli Malatesta e Rosimeiry Leite representarão a sociedade civil no conselho nos próximos dois anos. Conheça as vagas conquistadas:

Representantes de Eixos Temáticos:
Conselheiros(as) que representam os interesses dos grupos da sociedade civil ligados a cada tema
Mobilidade a Pé: Mauro Calliari (titular)
Organizações da Sociedade Civil: Mateus Humberto (titular)
Idosos: Meli Malatesta (titular) e Gilberto de Carvalho (suplente)

Representantes de Eixos Regionais:
Conselheiros(as) que representam as demandas de cada região da cidade
Regional Sul: Rosemeiry Leite (suplente)

Também foram eleitas outras pessoas da sociedade civil cujo trabalho conhecemos:
Ciclistas: Aline Pellegrini (titular) e Vanessa Baboni (suplente)
Meio Ambiente: João Moreirão (titular)
Movimento estudantil universitário: Leandro Chemalle (suplente)
Movimentos sociais: Clayton Lima (titular)
Organizações da Sociedade Civil: Rodrigo Iacovini (Instituto Pólis) (suplente)
Pessoas com deficiência: Sandra Ramalhoso (titular)
Sindicatos dos trabalhadores: Idernani do Carmo (titular)
Regional Centro: Vanessa Tordino (suplente)
Regional Leste: Lucas Landim (titular)

Agradecemos a todas as pessoas que nos apoiaram votando e divulgando nossas candidaturas, e desejamos um excelente trabalho a todos os representantes eleitos. Como organização que participa ativamente do conselho desde sua fundação, para nós é ainda mais importante vê-lo fortalecido pela participação do público. Em nossas reuniões mensais, seguiremos acompanhando o que foi discutido nas reuniões do CMTT e discutindo estratégias para pautar assuntos de interesse de pedestres e usuários do transporte público.

Cidadeapé elege novo diretor financeiro

Participantes da Assembleia Geral Extraordinária

Na última Assembleia Geral Extraordinária, realizada em 29 de novembro, membros da Cidadeapé aprovaram a indicação de Oliver Cauã para substituir Gisele Barbosa na diretoria financeira até o final deste biênio. Oliver já é conselheiro da organização e vai acumular as duas funções interinamente. Na assembleia também foram discutido alguns itens importantes do estatuto da organização, de forma a deixar mais claras as possibilidades de substituição e sucessão da diretoria.

Agradecemos a quem participou do encontro e saudamos a nova formação da diretoria. Também agradecemos a Gisele pela dedicação ao longo do último ano.

Vote nas candidaturas da Cidadeapé ao Conselho Municipal de Trânsito e Transportes

Nos dias 1º e 2 de dezembro acontecem as eleições do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT), um espaço essencial para a discussão sobre políticas públicas de mobilidade urbana da cidade de São Paulo. O CMTT conta com representantes do poder públicos, dos operadores de transporte e da sociedade civil, que serão eleitos para um mandato de dois anos. 

A Cidadeapé participa ativamente do conselho desde sua fundação, tentando pautar assuntos de interesse de pedestres e usuários do transporte público. Nós também integramos uma mobilização para incluir a representação da mobilidade a pé e a paridade de gênero no CMTT. Considerando a sua função estratégica, alguns de nossos associados se candidataram para ser representantes da sociedade civil no Conselho, nos temas diretamente conectados com a atuação da Cidadeapé. 

Convidamos você a conhecer as nossas candidaturas e a colaborar na votação, que acontece apenas online (neste link). Você precisa apenas fazer um cadastro rápido no site e pode dar um voto por categoria.

Candidaturas a Eixos Temáticos:
São as vagas de conselheiros(as) que devem representar os interesses dos grupos da sociedade civil ligados a cada tema

Mobilidade a Pé: Mauro Calliari e Rosemeiry Leite
Organizações da Sociedade Civil: Mateus Humberto
Idosos: Gilberto de Carvalho e Meli Malatesta

Candidaturas a Eixos Regionais:
São as vagas de conselheiros(as) que devem representar as demandas de cada região da cidade

Regional Sul: Rosemeiry Leite
Regional Oeste: Gilberto de Carvalho

Além das candidaturas associadas à Cidadeapé, também apoiamos a eleição de outros representantes da sociedade civil cujo trabalho e mobilização conhecemos:

Ciclistas e Regional Sul: Aline Pellegrini
Ciclistas: Vanessa Baboni
Meio Ambiente e saúde: João Moreirão
Movimento estudantil universitário e Regional Sul: Leandro Chemalle
Movimentos sociais: Clayton Lima
Organizações da Sociedade Civil: Rodrigo Iacovini (Instituto Pólis)
Pessoa com deficiência e Regional Leste: Sandra Ramalhoso
Sindicatos dos trabalhadores: Idernani do Carmo
Regional Centro: Vanessa Tordino
Regional Leste: Lucas Landim

Nota conjunta de pesar pelo falecimento de Marcos de Sousa

Marcos de Sousa (Imagem: Mobilize Brasil)

É com grande pesar que recebemos a notícia do falecimento do jornalista Marcos de Sousa. Sua trajetória na comunicação trouxe grandes contribuições para o debate sobre mobilidade urbana e cidades sustentáveis no Brasil. Como editor-chefe do portal Mobilize, Marcos sempre esteve atento à atuação das organizações da sociedade civil dedicadas à temática, mostrando-se disposto a amplificar nossas causas e diversificar as vozes que debatem a mobilidade urbana.

Marcos será lembrado com muito carinho pelas pessoas e organizações que tiveram o prazer de interagir com ele em diferentes frentes de mobilização por cidades mais sustentáveis, justas e acessíveis. Transmitimos nossos sentimentos aos familiares e amigos próximos.

Assinam:
Bike Zona Oeste
Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo
Cidade Ativa
Corrida Amiga
Daniel Santini (USP)
Instituto Caminhabilidade
Metrópole 1:1
Observatório da Mobilidade de Salvador
Prodhe Cepeusp
Redes Vidas Ativas
União de Ciclistas do Brasil

Participe da Assembleia Geral Extraordinária da Cidadeapé

Convidamos todas as pessoas associadas, bem como aquelas interessadas em se associar à Cidadeapé, a participar da Assembleia Geral Extraordinária que será realizada no sábado, dia 29 de novembro de 2025, no coworking Eureka (Av. Paulista, 2439, 11º andar, sala 116).
A primeira chamada ocorrerá às 10h30, com a presença mínima de dois terços dos associados, e a segunda chamada às 11h, com qualquer número de presentes.

Pautas:

– Alteração do Estatuto Social com o objetivo de:

  1. Possibilitar que membros da Diretoria ou do Conselho possam assumir funções diretivas em caso de vacância de diretor;
  2. Retirar a exigência de afixação de convocações na sede social da Cidadeapé e possibilitar que as convocações sejam feitas através de redes sociais digitais.
  3. Possibilitar a realizações de assembleias on-line.

– Eleição de Oliver Cauã Cauê França Scarcelli, conselheiro, para a gestão financeira da Associação de dezembro de 2025 a dezembro de 2026.

Informações:

Assembleia Geral Extraordinária 2025 – Cidadeapé — Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo
Data: 29 de novembro de 2025, sábado
Horário: das 10h30 às 12h30
Local: Eureka Coworking – Av. Paulista, 2439, 11º andar, sala 116
Próximo às estações de metrô Consolação e Paulista. O prédio conta com recursos de acessibilidade e bicicletário.

Conheça a Atividade de Extensão promovida em parceria entre USP, Cidadeapé e Ciclocidade

Primeira edição da experiência com estudantes de graduação da universidade aconteceu no primeiro semestre de 2025

Registro do encontro final, com participação dos estudantes, coordenadores e convidados

Entre os caminhos da atuação da Cidadeapé para promover uma cidade acessível e caminhável, estão não apenas a interlocução direta com o poder público para pressionar por políticas públicas, mas também fomentar a participação social diversa e descentralizada. Em linha com essa necessidade, nós nos juntamos com a associação-irmã Ciclocidade para promover, de forma inédita, uma atividade de extensão (AEX) com estudantes da USP. Com o nome “Formação para participação mas políticas de mobilidade ativa”, ela aconteceu no primeiro semestre de 2025 e trouxe muitos aprendizados.

A experiência visou fortalecer a compreensão crítica sobre a mobilidade urbana e incentivar a
articulação entre universidade, sociedade civil e órgãos públicos. A AEX foi aberta a estudantes de qualquer curso ou etapa da graduação e se deu através de encontros presenciais semanais em alguns espaços da área central da cidade, como o Eureka Coworking, o Instituto Pólis e a Câmara Municipal. Participaram 20 estudantes de ao menos 12 cursos diferentes, o que permitiu uma construção interdisciplinar e colaborativa dos conhecimentos. Já a coordenação foi formada por Deiny Façanha e Yuri Vasquez, representando a Ciclocidade, Ana Carolina Nunes, Gisele Barbosa e Rosemeiry Leite, a Cidadeapé e Mateus Humberto e Aída Pontes, a USP.

Por não se tratar de uma disciplina tradicional, a coordenação da atividade priorizou metodologias ativas, que estimulam uma postura curiosa e a troca de conhecimentos entre os estudantes. Os encontros foram divididos em três blocos: o primeiro tinha foco na construção do conhecimento de base sobre mobilidade ativa a partir do diálogo direto com ativistas e técnicos da área; no segundo bloco, o objetivo foi construir um diagnóstico sobre as condições da mobilidade urbana em um território delimitado pelos próprios estudantes; já no terceiro bloco, o foco foi o desenvolvimento de propostas de intervenção nesses territórios. No encontro final, os participantes apresentaram propostas para intervenção nos bairros do Tatuapé e Butantã, que foram debatidas por ativistas parceiros. (Os relatórios apresentados por cada grupo estão nos links ligados ao nome de cada bairro.)

As propostas apresentadas e os depoimentos dos estudantes participantes mostraram que o formato escolhido pela AEX foi muito acertado para promover o engajamento com a mobilidade ativa. A experiência foi tão proveitosa para todos que já estamos nos planejando para repeti-la em 2026. Além disso, a Cidadeapé está estudando retomar formações específicas sobre mobilidade a pé, voltadas para conselheiros participativos e outros grupos que querem ampliar a atuação sobre o tema, sobretudo em seus bairros.

Além disso, produzimos uma Comunicação Técnica para registrar os detalhes da metodologia utilizada nessa primeira edição e assim, poder compartilhar com outras organizações e professores que queiram se inspirar. Ana Carolina Nunes, uma das integrantes da coordenação, apresentou o trabalho no Congresso da ANTP, no dia 30 de outubro.

Não podemos deixar de agradecer às pessoas e organizações que possibilitaram a realização desse projeto tão especial. Em primeiro lugar, aos estudantes que se envolveram na experiência e desenvolveram trabalhos excelentes. Em segundo lugar, aos especialistas e ativistas que enriqueceram os debates sobre mobilidade ativa, transporte coletivo e segurança viária: Élio Camargo (Cidadeapé), Ricardo Machado e Aline Cavalcante (Ciclocidade), Jeanete Laginhas (SPTrans) e Rafaella Basile (Iniciativa Bloomberg pela Segurança Viária). Por fim, aos parceiros que viabilizaram lugres para os encontros: Eureka Coworking, Instituto Pólis e mandato da vereadora Renata Falzoni. Até as próximas edições!

Perguntas sobre modo de deslocamento no Censo são vitória da sociedade civil

Ação liderada pela Cidadeapé em 2018 demandou a inclusão de perguntas sobre mobilidade urbana no Censo 2020

Como brasileiras e brasileiros se deslocam para o trabalho? As respostas para essa pergunta aparentemente simples ganharam as manchetes no começo do mês de outubro, quando o IBGE divulgou dados da amostra do Censo 2022 sobre os principais modos e o tempo de deslocamento para o trabalho e estudo. Apesar de parecer trivial, a pergunta “Qual é o principal modo de transporte utilizado para seu deslocamento ao trabalho/estudo?” só entrou pela primeira vez no Censo após contribuição de organizações da sociedade civil, incluindo a Cidadeapé.

Reprodução de gráfico interativo produzido pelo Nexo Jornal com dados do Censo 2022

Tudo começou quando nossa ex-diretora Glaucia Pereira teve a ideia de fazer uma contribuição para a consulta pública feita pelo IBGE em 2018, para o planejamento do próximo Censo, previsto para 2020 (que acabou se tornando Censo 2022 devido à emergência sanitária e posteriores entraves orçamentários). Escrevemos uma carta com três sugestões, incluindo alterações e acréscimos de perguntas, coletamos apoios de outras organizações da sociedade civil e a protocolamos presencialmente na sede do IBGE no Rio de Janeiro. Glaucia ainda participou de um evento de usuários do Censo para reforçar a incidência política diretamente com uma das gerentes do IBGE!

Não sabemos se só por conta de nossa pressão, mas o IBGE contemplou algumas das sugestões da sociedade civil no Censo. O mais importante para nossa luta é que, além de o IBGE acrescentar, no questionário amostral, a pergunta sobre o principal modo de deslocamento para local de trabalho ou estudo, os modos ativos foram apresentados como opção de resposta. Assim, por exemplo, se a pessoa anda 20 minutos a pé e depois pega um ônibus por 10 minutos para chegar ao trabalho, o modo a pé é considerado como o modo principal de deslocamento. Ou seja, os modos motorizados não são considerados a priori os principais meios de deslocamento, como é feito (erroneamente) em algumas pesquisas sobre mobilidade.

Trata-se de um salto de qualidade nos dados produzidos a nível nacional, que ajudam a visibilizar a importância dos modos ativos para os deslocamentos nas cidades brasileiras. Essas informações podem subsidiar esforços da Política Nacional de Mobilidade Urbana, sobretudo na prioridade aos modos ativos e coletivos de transporte, de maneira alinhada aos esforços pela mitigação e adaptação das cidades às mudanças climáticas. Agradecemos à Glaucia pela iniciativa em 2018 e ao IBGE por levar a sério as contribuições da sociedade civil. Todos temos a ganhar quando a participação social é de fato usada para aprimorar as políticas públicas.

Por mais um ano, Prefeitura prevê orçamento recorde para asfalto

Participamos das discussões sobre o orçamento de 2026 para reivindicar mais verba para a mobilidade a pé e segurança viária

A Cidadeapé participou, na última terça-feira, dia 14/10/2025, na Câmara Municipal, da Audiência Pública Temática de mobilidade sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. Nossa contribuição foi elaborada a partir de um estudo preliminar da proposta elaborada pela Prefeitura, onde constatamos que, como no ano passado, as prioridades de investimentos em mobilidade estão totalmente invertidas com relação ao que deveriam ser em uma cidade como São Paulo.

A Prefeitura propõe destinar, no orçamento de 2026, recursos bilionários para grandes obras viárias – muitas delas uma ode ao automóvel particular, como o repudiado Túnel Sena Madureira – e mais de R$ 1 bilhão apenas para recape de asfalto, enquanto deixa à míngua os investimentos em projetos de segurança viária e reforma de calçadas. Sabemos que qualquer investimento massivo em infraestrutura para o automóvel particular terá como consequência única o aumento dos carros na rua, inclusive piorando o trânsito e a poluição da cidade no médio prazo. É uma relação direta que vemos a olho nu: enquanto a Prefeitura bate recordes de investimentos voltados para o automóvel particular ano após ano, a cidade também bate recordes de mortes no trânsito. É assim há 4 anos consecutivos. A proposta de orçamento para 2026 só irá reforçar essas tendências. O gráfico abaixo mostra o imenso desequilíbrio entre as destinações do orçamento para asfalto e para a mobilidade a pé:

Nosso diretor administrativo, Cauê Jannini, participou da audiência pública sugerindo que os vereadores remanejem ao menos parte desses recursos para projetos de acalmamento de tráfego e requalificação de calçadas. Confira no vídeo a sua intervenção:

A partir de uma análise inicial da PLOA 2026, pudemos identificar algumas oportunidades evidentes de remanejamento de valores, que poderiam representar um passo importante no rebalanceamento de prioridades do orçamento de 2026, visando maiores investimentos em segurança viária e mobilidade a pé. O gráfico a seguir permite comparar o orçamento proposto pela Prefeitura com a contraproposta da Cidadeapé:

Apresentamos abaixo a descrição da nossa contraproposta, que também foi enviada por e-mail para o relator do orçamento:

PROJETO 3757 – IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE REDESENHO URBANO PARA SEGURANÇA VIÁRIA
Valor atual: R$ 12.205.150,00 (fonte: FUNDURB)
Nossa proposta: R$ 39 milhões
Justificativa: O recurso atualmente previsto atende aos 5 projetos de Rotas Acessíveis apresentados recentemente na Câmara Temática de Mobilidade a Pé do CMTT. A SMT e a SMPED, entretanto, já possuem diversos outros projetos já prontos e que não serão executados simplesmente por falta de recursos. Sugerimos que a gestão municipal, em seus 4 anos, execute pelo menos um projeto de segurança viária em cada uma das 32 subprefeituras, o que significaria 16 até o fim de 2016. Se 5 projetos custam 12 milhões, 16 projetos custariam algo em torno de 39 milhões.

PROJETO 3664 – URBANISMO SOCIAL
Valor atual: R$ 12 milhões (fonte: FUNDURB)
Nossa proposta: R$ 45 milhões
Justificativa: Nessa rubrica entram os projetos de Territórios Educadores elaborados pela SMUL. São intervenções interessantíssimas no entorno de escolas e creches visando transformar as ruas em lugares seguros e lúdicos para as crianças, com implantações de moderação de tráfego, ampliação de calçadas etc. Tomando como base o custo do projeto Cidade Tiradentes, único que está sendo executado em 2025, de 5 milhões, sugerimos aumentar o valor do ano que vem para contemplar todos os outros 9 projetos já desenvolvidos pela SMUL. Isso significa um valor total de 45 milhões.s

PROJETO 1169 – REFORMA E ACESSIBILIDADE DE PASSEIOS PÚBLICOS
Valor atual: R$ 214 milhões (diversas fontes)
Nossa proposta: R$ 428 milhões (dobrar o valor)
Justificativa: Os deslocamentos exclusivamente a pé representam 1/3 de todos os deslocamentos de São Paulo. Se lembrarmos que quem usa transporte público também caminha para chegar às estações e terminais, isso significa que dois terços de todos os deslocamentos na cidade dependem fundamentalmente do sistema de calçadas. Porém, elas estão recebendo 1/6 do valor destinado ao recape de vias (1,26 bilhão), o que é uma inversão absoluta de prioridades. Sugerimos, no mínimo, dobrar o valor de calçadas, para 418 milhões.

Valor adicional necessário para nossas propostas: 274 milhões

De onde tirar os recursos?
Os aumentos de orçamento propostos para segurança viária e mobilidade a pé representam, aproximadamente, metade do valor que seria gasto com o túnel Sena Madureira, estimado em mais de 500 milhões – um projeto equivocado e repudiado reiteradamente pela população em todos os processos participativos recentes (PdM, Planos de Ação de Bairro e PlanClima). O cancelamento dessa obra já disponibilizaria recursos importantes para nossas propostas.

Complementarmente, há 208 milhões do Fundurb sendo direcionados para o Projeto 1137 – Pavimentação e Recapeamento de Vias, o que é um descalabro. O Fundurb não foi criado e nunca deveria ser usado para recapeamento de vias. Com esses 208 milhões do Fundurb redirecionados para segurança viária e calçadas, ainda sobraria mais de um bilhão para recape, um recorde – e um descalabro – histórico.

São Paulo precisa, acima de tudo, ser uma cidade mais humana. Uma cidade voltada para a convivência fora do carro, com ruas seguras para nossas crianças irem à escola e parques, para nossos idosos caminharem sem medo, e que seja plenamente acessível para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Uma cidade onde todas e todos possam se deslocar com conforto e segurança de ônibus, de bicicleta e a pé. A cidade precisa declarar a independência do carro para se tornar uma cidade resiliente e de baixas emissões. E o orçamento público deve ser um dos grandes vetores de transformação.

Como você pode ajudar?

Toda pressão é importante! Você pode enviar e-mails para o seu vereador ou vereadora para pedir que ele sugira esses remanejamentos ao orçamento municipal. Outra opção é participar das próximas audiências públicas temáticas sobre o orçamento de 2026, inscrever-se para falar e demandar o remanejamento do orçamento previsto para asfalto e obras viárias para projetos de segurança viária e reforma de calçadas. Acompanhe as audiências temáticas previstas para acontecer nas próximas semanas:

Ajude-nos a melhorar o Plano de Ação Climática de São Paulo

Como já explicamos anteriormente, a Cidadeapé está participando ativamente da revisão do Plano de Ação Climática (PlanClima), elaborado pela Prefeitura em 2020. O plano prevê políticas públicas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa na cidade, além de mitigar e se adaptar aos efeitos da emergência climática até 2050. Está aberta agora a fase de consulta pública e a Cidadeapé precisa da sua ajuda para dar mais peso a nossas sugestões.

Para ajudar, basta logar (ou criar um login) no Participe+, site de participação social da Prefeitura, e deixar seus comentários e sugestões até o dia 15 de outubro.

Você também pode apoiar as sugestões deixadas pela Cidadeapé na plataforma, para dar mais visibilidade às metas que nós propusemos, com foco na mobilidade a pé. Se puder deixar seu comentário, melhor ainda! Quanto mais apoio, mais chances de a Prefeitura levar em conta nossas sugestões. Confira nossas propostas nos links disponíveis abaixo:

Meta 1: Aumentar a acessibilidade do entorno do transporte público
Meta 2: Reduzir os sinistros e mortes no trânsito
Meta 3: Implantar bebedouros, banheiros e bancos com sombra para adaptação ao calor

Além de propor a inclusão de metas, propomos a revisão de várias delas. Deixamos aqui um resumo dos comentários deixados ao lado de cada meta, conforme a listagem usada na plataforma Participe+. Você pode repetir o teor dos nossos comentários para dar mais força a eles:

Meta 14: Até 2032, adaptar 100% da infraestrutura da frota municipal de ônibus aos parâmetros de acessibilidade, conectividade digital e conforto térmico.
Revisão proposta pela Cidadeapé: A conectividade digital não é relevante para a atratividade da frota de ônibus. A acessibilidade é mais importante e, no entanto, não há ação prevista em relação a reforçá-la.

Ação 14.1 Até 2032, disponibilizar pontos de conexão USB e Wifi em 100% da frota de ônibus municipais.
Revisão proposta pela Cidadeapé: A ação 14.1 não é relevante para a atratividade dos ônibus e deveria ser substituída por uma que contemple o reforço da acessibilidade, conforme a chamada da meta. Como a SPTrans alega que a frota já é 100% acessível, a ação 14.1 deveria ser substituída por “adaptação dos veículos aos parâmetros de acessibilidade, incluindo a transição para piso baixo”. Os parâmetros de acessibilidade da frota de ônibus devem ser atualizados constantemente de acordo com as inovações tecnológicas, de modo a eliminar gradualmente os veículos com elevador, que não são efetivamente acessíveis e apresentam problemas constantes de manutenção. A correção do viário para viabilizar o uso de veículos de piso baixo em todo o sistema de ônibus (incluindo o local) deveria ser a prioridade do investimento em recapeamento.

Meta 15: Até 2028, atingir 750 milhões de passageiros beneficiados pelo Programa Domingão Tarifa Zero, chegando a 1,3 bilhão em 2032.
Revisão proposta pela Cidadeapé: sem corrigir os problemas de frequência dos ônibus aos domingos, essa meta não contribui para a atratividade do sistema. Visando a migração modal, propomos modificar o escopo dessa meta, com vistas a implantar políticas para reduzir progressivamente o peso da tarifa de transporte público no orçamento familiar, de modo a garantir que nenhum cidadão paulistano deixe de usar ônibus por não ter renda suficiente. As ações estratégicas poderiam prever: (i) a ampliação das gratuidades como a retomada do Passe Livre estudantil até 2028; e (ii) mudanças graduais no arcabouço legal e modelagem econômica, de modo a atingir a Tarifa Zero universal até 2032.

Meta 51: Até 2028, realizar 10 ações de requalificação urbana para tornar os espaços públicos mais acessíveis, seguros e adequados à convivência.
Revisão proposta pela Cidadeapé: A meta é vaga e não explicita quais os impactos buscados com esses projetos, nem a abrangência territorial das intervenções. Sugerimos revisá-la para “Até 2028, implantar 32 áreas calmas (30km/h) com projetos de segurança viária, sendo pelo menos um por subprefeitura, contemplando acalmamento de tráfego, requalificação e ampliação de espaços para pedestres e ciclistas e intervenções urbanísticas que promovam a segurança viária. Contemplar uma área total de pelo menos 64 km².”

Meta 52: Atingir, até 2028, 1000 jardins de chuva, com prioridade para locais próximos de escolas públicas, pontos de transporte coletivo e parques urbanos, chegando em 1500 até 2032 e 2000 até 2036.
Revisão proposta pela Cidadeapé: Os projetos de microdrenagem urbana, como jardins de chuva, podem ser associados a projetos de acalmamento de tráfego e segurança viária, dando prioridade à mobilidade ativa (por exemplo, ampliação de esquinas para diminuir a velocidade dos automóveis nas conversões e criação de separações físicas entre ciclovias e faixas de transporte motorizado).

Meta 54: Requalificar 500.000 m² de calçadas, com prioridade para os entornos de escolas públicas, pontos de transporte coletivo e parques urbanos, chegando em 1 milhão em 2032 e 1,5 milhão em 2036.
Revisão proposta pela Cidadeapé: A meta de requalificação de calçadas deve ser mais ambiciosa, além de ser coordenada com o planejamento da rede de mobilidade a pé. Para ampliar essa ação, é importante dedicar menos orçamento público ao recapeamento de asfalto. Sugerimos mudar a redação para “Renovar, até 2028, pelo menos 10 milhões de m² de calçadas, de forma distribuída pelas 32 Subprefeituras, considerando a atualização das rotas emergenciais, como previsto no Plano Emergencial de Calçadas (Lei nº 14.675/2008 e Decreto nº 58.845/2019), e a Rede Prioritária da Mobilidade a Pé (NT 279/2022 CET).”

Na segunda-feira, dia 13/10, às 10hs, acontece também uma audiência púbica sobre o PlanClima, organizada pelo mandato da vereadora Renata Falzoni. Nesta discussão, representantes das secretarias envolvidas vão apresentar metas e avanços do plano, e a população poderá manifestar suas contribuições. Para participar, inscreva-se no link: https://tinyurl.com/audiencia-planclima

Informações:
🗓 13/10 (segunda-feira)
🕙 10h às 13h
📍 Sala Sérgio Vieira de Melo (1º subsolo) – Câmara Municipal de São Paulo (Viaduto Jacareí, 100)
🚲 Bicicletário: entrada pela Rua Santo Antônio, 211 (traga seu cadeado)

O que já fizemos

A minuta da revisão do PlanClima apresentada pela Prefeitura na consulta pública é muito parecida com a apresentada dois meses atrás, durante uma etapa de consulta ao Grupo de Trabalho Participativo (GTP), formado por entidades da sociedade civil e acadêmicos. Em 27 de agosto, enviamos sugestões de melhoria do plano na área de mobilidade urbana, junto com outras organizações que atuam no setor. Nossas sugestões, no entanto, não foram contempladas na minuta atual.

Além disso, fizemos uma apresentação mais detalhada das nossas sugestões para representantes das secretarias municipais envolvidas na revisão do PlanClima. A apresentação pode ser conferida no vídeo abaixo, a partir do minuto 26:

Outros debates sobre a revisão do PlanClima foram realizados na Câmara Municipal e contaram com a nossa participação, como o organizado pela Frente pelo Direito à Cidade Sustentável em 24 de setembro e pelo GT PlanClima da Frente Ambientalista Por Justiça Climática em 08 de outubro.

Cidadeapé comemora seus 10 anos e recebe Voto de Júbilo da Câmara Municipal de São Paulo

Relembramos o passado, apresentamos nossas ações no presente e discutimos o futuro de nossa caminhada

Quantos passos cabem em 10 anos? Se contar de cabeça o quanto andamos pode ser uma missão impossível, relembrar o que encontramos no caminho é bem mais fácil e agradável. Foi com esse intuito que a Cidadeapé reuniu apoiadores de várias gerações da associação no evento de celebração dos seus 10 anos de caminhada, no dia 03 de outubro de 2025, na Câmara Municipal de São Paulo.

Reportagem da TV Câmara sobre o evento

O encontro foi iniciado com o painel “Por que uma associação pela mobilidade a pé?”, que contou com associados que participaram da fundação e da formalização da organização. Participando de forma remota, estavam Carlos Aranha, Glaucia Pereira, Gilberto Carvalho e Joana Canedo. Presencialmente, participaram Rafael Calabria e Thiago Benicchio. Com a mediação da diretora de relacionamento Ana Carolina Nunes, eles falaram sobre as motivações que levaram à criação da associação, o contexto político no qual essa ideia emergiu e algumas das conquistas possibilitadas pela luta articulada da Cidadeapé com outras organizações da sociedade civil.

Ainda no fim do painel, a vereadora Renata Falzoni foi convidada a compor a mesa para dar seu depoimento sobre a importância da luta pelos direitos dos pedestres. Foi ela quem teve a ideia de indicar a Cidadeapé para receber o Voto de Júbilo da Câmara Municipal de São Paulo pelos seus 10 anos de atividade. O intuito da honraria é “homenagear órgãos, entidades e personalidades importantes que vivem o dia a dia da cidade e fazem a diferença em São Paulo”, segundo informa o site da Câmara. Os três membros da atual diretoria, Cauê Jannini (diretor administrativo), Gisele Barbosa (diretora financeira) e Ana Carolina Nunes (diretora de relacionamento), receberam das mãos da vereadora um certificado do Voto de Júbilo, em um gesto simbólico de agradecimento pela atuação da Cidadeapé.

Na parte final do evento, a diretoria apresentou um pouco das ações com as quais a Cidadeapé se envolveu no último ano, e deu um spoiler da nova versão do site que será lançada em breve. Além disso, fez uma dinâmica para convidar os participantes a pensar como seria uma cidade melhor para os pedestres e qual poderia ser a atuação da Cidadeapé na construção desse cenário.

Finalizamos o evento com a energia renovada e com a certeza de que as amizades feitas no caminho da Cidadeapé são o que mais nos fortalece e nos motiva a seguir na luta por uma cidade melhor. Agradecemos à vereadora Renata Falzoni pela indicação ao Voto de Júbilo e ao seu gabinete pelo trabalho dedicado em nos apoiar na organização do evento. Em nome da diretoria, expressamos nossa profunda gratidão a todos que participaram de alguma forma do evento e aos parceiros dessa jornada de 10 anos. Que venham os próximos 10!

Além de fazer uma reportagem, a TV Câmara também também transmitiu o evento. Você pode revê-lo no vídeo abaixo.