No último sábado, dia 20 de fevereiro, dezenas de pessoas participaram do segundo módulo das Formações em Mobilidade a Pé, uma parceria da Cidadeapé com a ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos. Meli Malatesta, arquiteta e urbanista especializada em mobilidade ativa, foi a responsável pelo conteúdo da formação.
Na parte da manhã, os participantes aprenderam sobre as principais características da Mobilidade a Pé e elementos da sua infraestrutura. Esses conhecimentos ajudam a compreender, por exemplo, que não se pode planejar a estrutura para pessoas que caminham como se elas fossem “mini-carros”. Além disso, a discussão sobre o que deve compor a infraestrutura mostrou por que não basta investir em calçadas adequadas para garantir conforto e segurança aos pedestres. A infraestrutura deve ser pensada como uma rede, que inclui travessias, acessos aos imóveis, mobiliário urbano, arborização, entre outros.
Mas é claro que as calçadas não ficaram de fora das discussões. Como deveria ser a calçada ideal e quem é responsável por elas? É possível garantir calçadas contínuas e sem degraus em regiões com muito aclive? Estas e outras respostas também estão em posts do nosso blog, notadamente na ação premiada que transformou as calçadas da Vila Pompeia, em São Paulo.
Já durante a tarde, os participantes saíram às ruas do entorno para aplicar os conceitos aprendidos. Meli ensinou brevemente três diferentes metodologias de análise que permitem diagnosticar os principais problemas que o desenho urbano oferece à caminhabilidade. Observar as ruas com um olhar crítico “de pedestre” foi uma experiência inédita para muitos dos participantes. Ao fim, os três grupos apresentaram os resultados de suas análises e sugeriram possíveis intervenções, simulando uma solicitação direta à Prefeitura.
Além de aproximar mais pessoas dos principais conceitos sobre Mobilidade a Pé, a formação também tem como missão empoderar cidadãs e cidadãos na luta por uma cidade mais caminhável. A partir dos conhecimentos trocados nas formações, esperamos que os participantes não só se interessem por participar ativamente dos diversos movimentos em defesa da mobilidade ativa*, mas também iniciem microrrevoluções nos seus bairros, levando à Prefeitura e donos de lotes demandas por mudanças que beneficiem a todas as pessoas que por ali caminhem.
Agradecemos a presença de todas e todos, o apoio da CT Mobilidade a Pé e Acessibilidade da ANTP, a disposição da sempre ativa Meli em compartilhar seus vastos conhecimentos, a ajuda do pessoal da Carona a Pé, e o Colégio Equipe pelo espaço e equipamentos oferecidos. Nos vemos no próximo módulo, focado na legislação sobre pedestres, que acontece em 12 de março!
*Alguns movimentos de mobilidade ativa para participar:
- Carona a Pé – incentiva adultos e crianças a caminhar juntos no trajeto de casa até a escola
- Corrida Amiga – Rede de voluntários, que inspiram e auxiliam a prática da corrida como meio de locomoção
- Comissão Técnica de Mobilidade a Pé e Acessibilidade da ANTP
- Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo